domingo, 16 de outubro de 2016

Entrar da Caixinha

Eu já fui emo, gótica, roqueira, rejeitada, excluída e já fui o patinho feio. Depois eu decidi que seria bonita, que seria popular, que me encaixaria nos padrões. E fui. Mas não durou muito tempo, depois de um tempo assim, eu não me sentia feliz, não era mais eu.
Foi quando eu comecei a perceber, que a real felicidade está em ser quem nós somos. Ser esse "serumaninho" que não se encaixa nos padrões. Ser uma pessoa esquisita, mas que nenhum outro consegue ser igual, porque a nossa essência é só nossa.
Não sei se isso é amadurecer. Ama-durecer me parece alguém que endurece depois das quedas e eu não caí.
Quando eu aprendi que toda angustia e esforço eram pra "entrar na caixinha" eu analisei o que era a caixinha e percebi que eu não queria ser mais uma marionete que segue o rebanho. Quando eu me dei conta que existe mesmo uma caixinha e que a gente passa a vida toda tentando entrar nela, eu vi que não, não era isso que eu queria pra mim.
Depois de um tempo a gente aceita nossos defeitos e entende que eles são nossos, e é o que somos então é melhor SER.
Me aceitar foi a melhor coisa que já fiz na vida.
Quando pude reconhecer que eu não preciso ser igual, foi quando consegui ser feliz de verdade.
Os padrões que a sociedade impõe são cruéis, muitas vezes inalcançáveis e mesmo quando os alcançamos, após muito esforço, eles mudam, e ai precisamos correr tudo novamente.
A grande revolução têm vindo das mulheres porque elas são quem mais sofre com as imposições de um mercado ganancioso e machista.
A grande revolução já está sendo feita por todos aqueles que conseguem dizer "Eu não sou obrigado a nada", e não, não é mesmo.
Quando me amei de verdade eu pude perceber que a felicidade sempre esteve dentro de mim.
Que o caminho da aceitação é o mais curto rumo a uma vida sem comparações, sem se sentir menos do que ninguém porque não, você não é menos que ninguém.
Cada ser é único e incomparável. E a beleza está justamente nas peculiaridades.
Quando me amei de verdade eu descobri que o grande desafio da vida é esquecer o que querem que a gente seja, e descobrir o que eu quero ser.
Essa voz sufocada dentro do peito, que grita nas crianças e se cala nos adolescentes, quando adultos a gente segue a maré e nem sabe pra onde vai.
Quando corrigimos as velas do barco rumo para onde estão nossos sonhos, os caminhos começam a valer a pena. Cada gota de suor, rumo ao que queremos de verdade, vale muito a pena.
Desejo que cada vez mais pessoas descubram a felicidade que é ser quem se é de verdade. Se aceitar e contribuir com o mundo, sendo uma pessoa esquisita, peculiar e exclusiva. Que esse necessidade de se encaixar e se sentir parte seja cada mais mais diminuída e desapareça com o tempo.
Como diz o poeta: Seja você mesmo, todos os outros já existem.

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